sábado, janeiro 01, 2005

VAZIO

De uma profunda tristeza, eu falo
Murmuro, de um profundo cansaço d'alma
E não tenho coração nenhum, aberto,
Onde eu possa entrar
Para chorar um pouco.

Quando a palmeira sonhada
Reflete paz contra o azul do céu,
Meu olhar pousa nela,
Chorando em seco
A paz que já pensou.

Tudo quieto,
Sem que eu saiba se sou eu,
Ou é o mundo,
Ou este amor profundo,
Que de tanto ser negado
Adormeceu.

Rio, 28/08/1963