terça-feira, janeiro 31, 2012

INSTITUIÇÕES

ALGUMAS INSTITUIÇÕES NÃO PASSAM DE INFLAMAÇÕES QUE SE FORMAM EM TORNO DE UMA IDÉIA PARA DESTRUÍ-LA.

quarta-feira, janeiro 18, 2012

FELICIDADE NO CASAMENTO

Acabei de ouvir de um motorista de táxi:

“Sabe de uma coisa?  Muito tempo atrás, eu estava reclamando de meu casamento e dizendo que minha mulher era incapaz de ver quando ela estava errada e eu tinha razão.  Aí, meu passageiro, um senhor de idade, de jeito tranquilo, me interrompeu:


- Meu amigo, você quer ser feliz em seu casamento?


Respondi que sim, é claro.


- Então, meu filho, fica com a felicidade e dá pra ela a razão.


Fiquei tão chocado que mudei.  Agora, ela fica com a razão e eu estou feliz.”

segunda-feira, janeiro 16, 2012

A PSICOLOGIA DO "FAZ-DE-CONTA": EMAIL DE UM LEITOR

"Olá Dr. tudo bem?! espero que sim!
Bom eu li os artigos que me enviou, não consegui postar comentários pq não tenho conta em blog, mas deixo aqui minha admiração pelos seu profundo conhecimentos em diversos assuntos e o modo como os aborda.
A matéria que mais gostei foi "a psicologia do faz de conta", incrivél como "profissionais da área" bloqueiam ainda mais um coitado que necessita de ajuda psicologica, falo com conhecimento de causa pois já passei por isso em alguns consultórios, isso me deixava obviamente ainda mais reprimida e fustrada, pq eu queria FALAR E SER OUVIDA mas não conseguia pois uma dos"profissionais" que me tratou em especial uma médica (aquela das bolas cor de rosa e da chuva de prata, lembra?) não achava necessário contar tudo exatamente tudo o que sentia ou que sofria pois só o "grosso" do problema já era suficiente e que não era necessário relembrar coisas desagradaveis, pois isso só iria remoer tristezas...FANTÁSTICO! e eu ia lá pra que? só pra imaginar uma porra de uma bola cor de rosa e um chuva de prata que tudo ia mudar na minha vida!. Até hoje me pergunto que raios uma criatura dessas foi fazer na faculdade de psicologia??? brincar de faz de contas literalmente, por que pra mandar uma cambada de pessoas psicologiamente doentes imaginar um BOLA COR DE ROSA ENCHENDO DE AMOR E CARINHO A SALA E NOSSOS CORAÇÕES E UMA CHUVA DE PRATA PRA FINALIZAR O FAZ DE CONTAS, É FODA!!! é pra enlouquecer qualquer um! se o intuito desse povo é curar, é melhor rever os seus conceitos, pois é só perguntar pro próprio paciente se está tudo bem com ele que a resposta será Um sonoro NÃO! mas ai que tá se essa é apenas uma tática pra manter o paciente se tratando a vida inteira sabe Deus por qual razão a estratégia é boa! concorda?!rs
Bjão Dr. fique com Deus..."

quinta-feira, janeiro 12, 2012

O INVESTIMENTO ISRAELITA NO SABER

É sabido o valor posto por judeus no conhecimento da Tora, sagrado rolo da Lei Mosaica.  

Menos sabido é que o Estado de Israel sustenta rabinos ultra-ortodoxos para que, sem necessidade de trabalhar, possam se dedicar integralmente a aprofundar-se no conhecimento dela.  

Alguns resultados desses estudos são deveras notáveis. Recentemente, por exemplo, um grupo desses sábios ultra-ortodoxos - certamente em virtude de seu dedicado aprofundamento da Lei - concluíram dever cuspir sobre uma menina de 8 anos e chamá-la de "prostituta", por estar ela vestida com mangas e saia judiciosamente entendidas por esses sábios como demansiadamente curtas [1].

Pensando bem, talvez valha mais a pena que o Estado de Israel pague a esses rabinos para que PAREM DE ESTUDAR, antes que lhes faltem cuspe ou impropérios...

[1]  Revista Time, vol. 179, no. 2, 2012, p. 7.  O episódio também foi abordado pela maior parte da mídia nacional e internacional.

domingo, janeiro 08, 2012

A MORTE DA REPRESSÃO

Se a Psicanálise pretende sair da crise em que se encontra e retomar seu voo, cumpre urgentemente que extirpe seu léxico do termo “repressão” e de seus cognatos, o italiano “repressione”, o espanhol “represión” e o inglês “repression”, particularmente, desse último, dada a universalidade da língua a que pertence.
Todos esses termos, com efeito, estão carregados de referências à idéia de “impedimento da ação”, algo não só totalmente estranho à palavra alemã Verdrängung – que pretendem traduzir –  como frontalmente antagônicos à natureza da própria Psicanálise.

Se nos quisermos aproximar da natureza do conceito de Verdrängung – tão fundamental que Freud chegou a afirmar ser ele “a pedra fundamental sobre a qual se assenta o edifício da Psicanálise” – a melhor maneira de fazê-lo é transportar mutatis mutandis para o campo da Psicologia o conceito oftalmológico de

Escotoma [1] “área, dentro de nosso campo ótico, em que a visão está prejudicada ou é nula, estando circundada por área mais extensa em que essa função se encontra preservada”.
Se fizermos o “transplante” desse conceito da Ótica para a Psicologia, teremos uma noção bem clara do significado de Verdrängung.  Assim:

Escotoma psicológico= área, dentro do campo da consciência, em que tal função se encontra prejudicada ou é nula, estando circundada por área mais extensa em que ela se encontra preservada”.

A Verdrängung, entendida como um escotoma presente no campo da consciência[2], é devidamente apontada pela Psicanálise como a origem dos sintomas neuróticos, coincidindo sua eliminação com o desaparecimento desses últimos.

Da Verdrängung Freud distinguiu a Retention[3] – impedimento da ação – tendo cabidamente concluído que essa última, por si mesma, não era capaz de produzir neurose[4].

Ora, não consigo imaginar melhor maneira de destruir a obra freudiana do que traduzir “Verdrängung” por “repressão” e afirmar que repressão – um termo mais freqüentemente associado ao ‘impedimento da ação’ do que a ‘escotomas psicológicos’ – causa neurose.  Tal manobra equivale a substituir a genial descoberta de que “pontos cegos no campo da consciência” são a origem dessa patologia pela rematada estupidez de que impedir que uma pessoa faça o que bem entende é capaz de torná-la vítima de tal padecer.

Permitam os fados que a Psicanálise dê um fim à palavra “repressão”, antes que a palavra “repressão” dê um fim à Psicanálise[5].
Meus textos psicanalíticos, doravante, já estarão escoimados dela.




[1]  Palavra oriunda do grego “σχότωμα” e esse de “σχότος” (treva, escuridão).
[2]  Ou “escotoma mental”, ou “psico-escotoma”, ou quejandos.
[3]  Equivalente ao português “retenção”, ao espanhol “retención”, ao italiano “retenzzione”, ao francês “rétention” e ao inglês “retention”.
[4]  Só tendo condição de fazê-lo indiretamente, quando terminasse por produzir escotomas psicológicos.
[5]  Os franceses, aliás, escaparam do imbróglio, traduzindo Verdrängung, não por “répression”, mas por “refoulement”.  Não por isso, contudo, que a Psicanálise francesa vá lá das pernas...

domingo, janeiro 01, 2012

OS BRASILEIROS, A MORAL E A LEI

Antes da Independência, os brasileiros, inteligentemente, roubavam os portugueses e infringiam suas leis;  depois dela, estupidamente, roubam uns aos outros e infringem suas próprias leis...  E mandam o fruto do roubo para fora daqui, como faziam os portugueses...  Essa estupidez - aliás, como a maior parte delas - é psicologicamente explicável. 

A independência do Brasil não foi CONQUISTADA pelos brasileiros, foi OUTORGADA a nós.  E por quem nos colonizava, um imperador português, que, após a tal "indepedência", continuou plácida e confortavelmente assentado no poder, assim como a maior parte de sua camarilha, aplicando, travestida de brasileira e algo maquiada, uma legislação de origem essencialmente portuguesa. 

Dava para PERCEBER que havia ocorrido uma Independência?  Ou melhor, havia ela, de fato, ocorrido? 

Fica a impressão de que somente INTERNALIZAMOS OS COLONIZADORES, ao invés de defenestrá-los;  de que os privilégios – incluídas as imunidades – dos aristocratas hereditários portugueses, foram, simplesmente repassados um funcionalismo estatal absurdamente inchado, que, eleito ou nomeado, maneja leis que protegem mais a ele do que ao restante da população, para a qual sobram migalhas (que, aliás, num país tão rico, não são tão migalhas assim, o que favorece a pasmaceira geral).  Assim, enquanto, durante o domínio português, os aristocratas impunham o "quinto do ouro" e a população defendia-se com "santos de pau oco", a "nomenklatura" brasileira atual, para sustentar a si e a seu irrefreável nepotismo, impõe ao povo uma assombrosa carga fiscal (= quinto do ouro), contra o qual esse último reage com uma evasão fiscal (= santo de pau oco) não menos assombrosa.   De um lado, opressores;  do outro, infratores da Lei, que não reconhecem como deles. Como diriam os romanos:  non nova, sed novae.  Nada de novo, apenas de outra maneira...

Logo em seguida à independência da República Tcheca, cuja ruptura com a União Soviética, com a Rússia e com a Iugoslávia foi algo marcante, não diluída como foi a nossa, ouvimos Vaclav Hazel, o primeiro presidente dessa nova república, proclamar:  "Doravante, tudo deverá ser feito de acordo com a lei!"

E por que SÓ DALI PARA FRENTE a lei deveria ser obedecida?  Simples e óbvio:  porque, a partir daquele momento, as leis eram dos tchecos, feitas pelos tchecos, para servir aos tchecos, não mais dos soviéticos, feitas pelos soviéticos, para servir aos soviéticos.  ANTES, O PATRIÓTICO ERA DESOBEDECER À LEI!

Bem, se, no Brasil, parte significativa da Lei continua a servir aos poderosos, representando o câncer de um colonialismo internalizado, não admira que, confusa, sem saber se é dona ou não do próprio país, a população, quase que como por inércia, continue a prática do roubo e da infração que soube tão aplicar contra Portugal.

De qualquer forma, o Brasil parece historicamente avesso a rupturas bruscas:  nossa Independência foi declarada por Dom Pedro I, suposto representante da metrópole, que se vestiu de Imperador brasileiro;  a República foi proclamada por um Marechal tão pouco convencido do que estava fazendo que se recusou a dar a notícia a Dom Pedro II, porque, em suas palavras:  "Eu chego lá, o velho chora, eu choro e não proclamo a República".  Quanta conviccção, quanto denodo!  Algumas lágrimas imperiais, deixava-se para lá a República e continuávamos monarquistas!  É Brasil!

Nestas paragens, de fato, nada parece ser sério.  Hitler, coitado, se nosso Führer, ter-se-ia suicidado muito antes de 1945:  aqui, seu projeto genocida teria virado piada.  Os brasileiros teriam sido subornados pelos judeus e, dando um "jeitinho", arranjar-lhes-iam documentos que os fizessem poder entrar até para a SS; teriam, com igual “jeitinho”, convencido judias a miscigenar-se e, com "peninha" de crianças condenadas a morte, tê-las-iam adotado!

Mas, no fim das contas, o que será pior?  Nossa independência de facto estar tão atrasada em relação a nossa independência de jure, ou, como fizeram os franceses, entoar a Marselhesa durante o radicalismo da Revolução para, logo depois, ouvir a melodia incessante da guilhotina, durante o Terror? 

Radicalismo ou gradualismo?  O que poupa mais sangue e dor?  O que leva a trilhar de maneira mais segura o caminho do crescimento?  

Vou-lhes dizer:  não sei.  Mas fica a impressão de as gerações atuais estariam tirando grande proveito de um pouco mais de belicismo e de sangue no currículo de seus antepassados...

P.S.:  Para quem entende de Astrologia, vale mencionar que nosso mapa da República - que, compreensivelmente, parece permitir previsões mais corretas do que o de nossa pseudo-independência - tem o Marte, deus da guerra, no seu exílio, em Libra.