quinta-feira, setembro 06, 2007

Profissão: PSICÓLOGO.

O número 20 da revista PSIQUE, atualmente nas bancas, traz matéria intitulada "Profissão: Psicólogo". Dada o grande potencial de utilidade das informações ali contidas para os que pensam em abraçar essa profissão, passo a destacar, por etapas, as mais relevantes dentre elas, comentando algumas e acrescentando mais uma ou outra, não abordadas ali.
1) Em sua introdução, o artigo - cujos dados foram fornecidos pela NOTISA, uma agência de pesquisa e que seria mais bem intitulado de "Profissão: PsicólogA" - lembra que "a maioria dos alunos (80%) que ingressa na faculdade de Psicologia é mulher, jovem, tem renda familiar média e é solteira". Posso acrescentar que, quando, em 1968, me transferi da então UEG (hoje UFRJ) para a PUC, os raros estudantes de sexo masculino entre aquela multidão de mulheres eram mal vistos pelos alunos de outras áreas (um tantinho de inveja devia fazer parte disso). Lembro-me de um estudante de engenharia me provocando com o comentário de que um sujeito de sexo masculino fazendo Psicologia era "padre ou veado". Como eu não era nem uma coisa nem outra, arranjei várias namoradas. Talvez seja uma vantagem adicional para os rapazes que pretendem ingressar na área...[Sobre o assunto, vale lembrar o que diz o artigo, "Em Forma", de Valéria França publicado na revista VEJA (Ano 30, n. 40, 8 de outubro de l997. p. 17): “A Faculdade de Medicina de Baylor, nos Estados Unidos, descobriu que a abstinência sexual temporária do homem eleva a concentração de espermatozóides portadores do cromossomo X. Quando isso acontece, um casal tem mais chances de gerar um menino. Se o homem tiver relações sexuais diárias, há mais probabilidade de nascer uma menina.” Do que se infere: se as condições ambientais forem de guerra, em que o homem fica pouco em casa, nascem mais meninos; se forem de paz, em que ele está mais em casa, nascem mais meninas". Meninos servem para a guerra, meninas para a paz! Acho que todos esses dados apontam para o papel que a Psicologia irá desempenhar no futuro desse nosso conturbado planeta.]

2) Segue o artigo: "Outra característica que chama a atenção é o despreparo, ou a falta de informação sobre a carreira." Este dado merecerá meu comentário adiante.

3) Logo a frente, cita um comentário de Ana Mercês Bock, atual presidente do Conselho Federal de Psicologia: "Uma outra característica do psicólogo é que há muita adesão a sua escolha profissional, o que é percebido no fato de os cursos terem um baixo índice de evasão e de inadimplência". Isso aponta para algo alvissareiro: a profissão deve trazer significativas satisfações além da financeira, sobre a qual logo nos voltaremos. Ana Bock acrescenta: "as pessoas gostam do que fazem, querem fazer isso e, depois de formadas têm grande empenho para exercer a profissão. Por isso, grande parte dos psicólogos está exercendo a Psicologia, mesmo que, às vezes, por poucas horas, ou até como voluntários". Tal colocação merece importante reparo. Onde diz, "grande parte dos psicólogos", deveria estar dito "grande parte dAs psicólogAs". Isso altera em muito a análise da questão. Devido a funções que exerço e que exerci, tenho e tive acesso às condições de trabalho de várias centenas - esse número não é uma metáfora! - de psicólogas. Embora esses meus contatos confirmem o prazer que derivam de sua atividade profissional, há outro fator que exerce grande peso - possivelmente determinante - para que grande número delas a exerça "part time", como um "bico" ou em termos de voluntariado, qual seja: a imensa maioria é casada, sendo seus companheiros a fonte principal da renda familiar. Rara vez - ou nenhuma - vi uma psicóloga que só contasse com proventos oriundos de seu próprio trabalho dar-se ao luxo de exercê-lo apenas "part time".