sexta-feira, março 07, 2008

ESQUERDAS E DIREITAS

Quando fiz algumas observações sobre a recente auto-defenestração oficial de Castro - e como castrou! - ouvi de um interlocutor: "Uma das maiores figuras do último século!"
Respondi: "Estou de absoluto acordo. Ele lembra-me, inclusive, algumas "grandes mães" que com quem lidei em meu labor clínico (sou psicanalista). Elas mantêm seus filhos eternamente juntos a suas saias (nada de ir para Maiami ou para as prais e hotéis freqüentados pelos gringos), pensando e decidindo por eles o que é "melhor" para eles, dizendo a que trabalho devem dedicar-se e com quem devem casar, e, como a de um de meus pacientes, entrando porta a dentro no quarto do filho, na noite de Lua-de-Mel, para saber se "estava tudo indo bem".

Com efeito, se, como disse Millôr, "toda super-mãe cria infra-filhos", cabe parafraseá-lo dizendo que "todo super-estado cria infra-cidadãos"!

O "pecado" das esquerdas - como o das "direitas" - não é econômico, é psicológico: as primeiras têm por objetivo manter no berço e amamentar quem já poderia estar no mercado, enfrentando riscos em busca do lucro, e as segundas o de tratar como adultos capazes competir mesmo aqueles que a quem a sociedade ainda não deu as condições mínimas para que possam fazê-lo.

Políticas de esquerda ou de direita não deveriam ser "premissas" ou "princípios". Deviam ser "estratégias", ambas igualmente válidas, a serem aplicadas segundo exigências conjunturais.

Quando me perguntam se sou de esquerda ou de direita, respondo que sou inteligente.

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